Fernando , professor desempregado, sobrevive às custas de sua companheira, a operária têxtil Rita . Num fim de semana o casal, que mora na região do ABC paulista, se reúne com o técnico em computação Luís Carlos , e sua namorada, a inexperiente Lilita . Luís Carlos, que foi aluno de Fernando, é reacionário e arrivista. Os dois casais, em meio ao bucólico cenário da represa Billings, encontram o cadáver de um homem recém-enforcado.
Ficha Técnica:
Título Original: Amor, Palavra Prostituta
Gênero: Drama
Duração: 92 min.
Ano de Lançamento: 1981
Distribuição: Brasil Internacional Cinematográfica
Direção: Carlos Reichenbach
Assistente de direção: Inácio Araújo
Roteiro: Carlos Reichenbach e Inácio Araújo
Música: Cezar Franck
Produção: Eder Mazzini, Inácio Araújo, Jean Garret, Cláudio Cunha e Alfredo Cohen
Co-produção: Iris Produções Cinematográficas, Cláudio Cunha Cinema e Arte, Brasil Internacional Cinematográflca e Titanus Filmes
Fotografia: Carlos Reichenbach
Edição: Éder Mazzini
Cenários: Inácio Araújo
Elenco:
Orlando Parolini
Patrícia Scalvi
Roberto Miranda
Alvamar Taddei
Zaira Bueno
Rita Hadich
Wilson Sampson
Vânia Buchioni
Maurice Legeard
Luiz Castellini
Isa Kopelman
Lygia Reichenbach
Michel Coben
Benjamin Cattan
Liana Duval
Gilson MoUa
Eder Mazzini
Elizabeth Sardelli
Eduardo Santos
Premiações:
• APCA - Associação Paulista dos Críticos de Arte, SP, 1981;
Melhor Ator - Roberto Miranda
• Prêmio de Distribuição Para Filmes de Qualidade, outorgado pela Cinemateca Real de Bruxelas e uma Menção Especial do Juri Francofone por apresentar um novo ponto de vista sobre a sociedade
• Participação nos festivais de Rotterdam (Holanda), Mostra do Cinema Pós Novo (Londres), Amiens (França), Edinburg, Vienna e Figueira da Foz.
Curiosidades:
• Melodrama social que representou uma guinada na carreira de Reichenbach na direção do " cinema da alma ", Amor, Palavra Prostituta, foi inspirado pela leitura de filósofos pré-existencialistas como Soren Kierkegaard ( O Tratado do Desespero ). Neste drama amargo e pessimista todas as cenas de sexo e nudez se confundem com dor e amargura. Não existem heróis ou soluções redentoras. Dissecação do desespero, o filme não faz julgamentos morais, busca apenas detectar o mínimo de sentido e dignidade em existências tão medíocres.
• Filmado com negativo vencido e com recursos mínimos, Amor, Palavra Prostituta passou oito meses se digladiando com a Censura Federal, tendo sido liberado pelo Conselho Superior de Censura com cortes mutilatórios, que extirpou de sua versão comercial para o Brasil todas as cenas em que Fernando cuida obstinadamente de Lilita, sob a alegação de que o cinema não pode mostrar sangue menstrual impunemente. Reichenbach tentou por todas vias conseguir a liberação integral de seu filme, mas teve que ceder às pressões dos co-produtores que já haviam marcado a data de lançamento. O diretor rejeita a versão mutilada, pois considera que sem as cenas cortadas o filme não tem sentido de existir.
• "Considero este, o meu filme mais vigoroso e cerebral. Uma surpresa para as pessoas que gostam do estilo anárquico e iconoclasta de meus filmes anteriores. Minha experiência com o cinema dos sentimentos. Um filme realista, sombrio e desencantado, tal como aprendi vendo o melhor de Valério Zurlini."
• Exibido na sua versão integral em diversos festivais europeus, Amor. Palavra Prostituta conquistou prêmios e valeu ao diretor a alcunha de "Fassbinder tropical".
• Local das Filmagens : São Paulo.
• Lançamento em São Paulo : 29 de Março de 1982, nos cines Marrocos, Barão, Gazetão e circuito Hawa
Nenhum comentário:
Postar um comentário